Friday, June 8, 2007

Sussurro

E num constante murmúrio entorpecido, a visão é uniforme.
Num objecto latente de olhares desmultiplicados em sensações, descobre-se um lamento ou um acto obsessivo que transgride a dimensão da palavra e vai sendo transmutado para um papel (observamos uma lua e uma rocha a dialogar)
Lua: Que fazes por aqui?
Rocha: procuro o mar, as ondas e o sal.
Lua: Porque é que nao me observas?
Rocha: procuro, absorver tudo o que me rodeia e acabo por ser absorvida.
Lua: Ja tive rochas; agora divago e medito para com os meus montes.
Rocha: Por muito que o manto de estrelas te cubra; não te faz a justiça que mereces.
Lua: Talvez, o propósito de o ser humano não era atingir o meu solo?
Rocha: Sim; mas o encanto, está no constante vislumbramento das tuas fases.
O diálogo termina e o constante monólogo e pensamentos dos dois intervenientes, é somente uma mera coincidência, na qual os pensamentos nunca sao difusos.