Sunday, June 29, 2008

Mitos em Lisboa

Qual voz desbragada por tantas facadas multiplas que vai levando; o rouxinol vai-se desmultiplicando num conto para crianças que não é somente uma mera lata desconectada...
O seu som é uniforme, linear e transparente...
 Escrevo com uma estrutura cadente disforme, enquanto oiço zumbidos na minha cabeça e o meu coração vai-se desmultiplicando em mil pétalas das melhores flores campestres..
Observo flores estendidas sobre a relva que me vão acariciando como um borbulhar de inuendos em convulsão..
 Percorro a rua do ouro com um olhar triste, mas contente ao mesmo tempo.
Vou até Santos para ver formas animadas num conceito total de marionetas que se prendem á minha infância e ao desejo de a encontrar para não a voltar a perder.
Entro nos dominios da maçonaria misturados com poesia de Rimbaud, prosa de Jack London e contextos históricos infindáveis (até a lenda de Avalon vai sendo desmultiplicada)
Curioso sentir novamente veneza na sua forma astuta e recordo-me de que os gatos lá são venerados devido ao facto de terem salvo esta cidade da peste negra quando os ratos as traziam dos seus barcos.
Viro marinheiro com o futuro por definir e com imensas sinas por revelar:
- O PRESENTE É O QUE TENHO...
- O FUTURO É O QUE SONHO...
- O PASSADO TENTO ESQUECER...
E entro nas livrarias á procura de mitos e do cheiro açucarado de trocadilhos constantes de fusões de cultura santificada ou mesmo de terra para cultivar (quase sendo parte do papel sem o ser num abraço eterno com o mesmo)
No dominio do SONHO vislumbro Saint Germaine como um mortal fugaz, vou sentindo uma maça na minha boca rouca...
(Esqueci-me FUCK I DON'T HAVE A FUCKING FAG)
Entro numa onda sinuosa de religião em decadencia, pedindo ao deus pã clemência na serra de sintra (onde pernoitaram Lord Byron ou até o Christian Andersen)
Sonho contigo INVICTA e com o teu beijo imerso na minha face, será que sou um ex libris teu ou és tu que me chamas sempre num pedido de ajuda involuntária...?
A música entra no meu dominio estelar e composto de objectos unificadores de parábolas consequentes.
Lembro-me de clips que seguram papéis, canetas que não escrevem, de um administrativo sem caneta e cansado...
- Ai que a tua saúde mata-te, RAPAZ.
Qual eterno deambulador nos balões da hemisferia contextualizada vou lacrimejando sobre pedras:
- Was kann ich mache?
- Oú est l'oiseau qu'ira m'amener oú je veut?
- I need peace of mind and an united heart.
Sou um papel que se transforma em fumaça ardente...
Vagueio e observo os olhares das pessoas em pleno CHIADO...
Fito a chuva num crescendo emancipado...
Sei lá o que faço por aqui, será que busco ou busquei a minha identidade perdida ou será que percorro o meu destino já traçado?
A chuva cai sobre a minha cabeça e o pardal vai entoando um cântico concreto...
- Sou uma árvore que deu frutos..
- Sou uma pedra que chora...
- Sou um mero rouxinol sem corda...
E penso num amanhã nada ilusório, no qual quem me irá encantar, não serão musicas ou mulheres bonitas, mas sim bonecos que se movimentam com a ajuda de outras mãos que os apoiam, pois a metáfora da infância nunca foi insolente...
And on dreams we live...
 And in words we parade...
And with images we do create...

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