Saturday, May 19, 2007

Insignias mascaradas

Uma rapariga vai-se manifestando fielmente para com os seus pares; os seus olhos tentam irradiar felicidade, mas as cortinas vão sendo cada vez mais um reflexo da sua alma.
As suas sobrancelhas tremem; o seu sorriso é magnifico, ela vai-se servindo de guardanapos numa simbiose estrutural.
Ela é magra e alta; vai demonstrando ao mesmo tempo a sua beleza através de pequenos sorrisos.
O seu tom demasiadamente secreto, faz com que ela consiga os seus objectivos: Passar uma imagem bela e desprovida de acessórios.
Ela adora sentir a magia no ar e voar na direcção de outros mundos ou sonhos.
A responsabilidade é o seu lema; mas necessita urgentemente de uma fuga.
Os seus cabelos vão sendo continuadamente ajeitados com poucos maneirismos.
No interior de um espaço comum a todo o público; ela distribui energia e felicidade a rodos.
Subitamente; aparece um rapaz desleixado que vai sorrindo calmamente, ele é alto e magro também, vai desfolhando folhas e folhas sem cessar, apesar de manter-se atento a todos os pormenores que rodeiam esse espaço mitíco.
Diversas personalidades vão passando por lá; gente de todo o tipo, hipócritas, falsos e incoerentes, aparecem ainda vultos sombrios que tentam obter algo mais da rapariga que não se apercebe disso, os olhares famintos destes lobos em pele de cordeiro, são opacos e a fragilidade da rapariga faz com que a sua percepção não seja a mais adequada, mas de uma forma bastante inteligente vai-se divertindo e gozando com as constantes verossimilhanças que estes lhe vão oferecendo.
Letras vão sendo escritas aqui e ali; a sensibilidade vai-se tornando cada vez mais gigantesca.
Percorrendo os mais variadissimos livros, dos mais diversos temas, o rapaz vai tentando fazer a junção de todos estes mundos que ele vê com os seus próprios olhos. Por vezes; acende um cigarro e continua na sua busca desenfreada por atenção, simultaneamente vai perscrutando de uma forma bastante dolente, todos os olhares que vão perseguindo objectos díspares envoltos numa qualquer nomenclatura.
As tentativas fugazes de aglutinar tudo ao mesmo tempo, faz com que todos os minutos sejam diluidos numa simples hora.
Vai-se desenrolando a conversa entre ambos:
- Como anda a tua vida?
Pergunta a rapariga.
- Penso que todos os sinais de cores vão sendo incaracteristicos.
Vai balbuciando o rapaz.
- As proveniências do chá, são deveras dispersas, notamos num escape, a calma vai imperando, mas Sake é extremamente reconfortante.
Continua o rapaz a balbuciar palavras interiormente.
- Como te entendo.
Vai dizendo extasiada a rapariga.
Num mero segundo; despedem-se até uma qualquer próxima vez.
A mesa vai-se tornando cambaleante devido á escrita cruzada que se vai desmultiplicando dia após dia, hora após hora.
Mais uma vez as recordações de um jogo de sombras vao sendo um entusiasmo individualista.
As conversas são demasiado curtas e intransigentes entre os dois, mas a alegria vai imperando em cada novo motivo que vai sendo descortinado.
No final de o dia de ambos; vão pensando num novo amanhã e ao acordarem, sabem que apesar do tédio vão alegremente encontrando uma constante inércia aparente, onde os objectivos de cada um são imprevisivéis, afastam-se continuadamente num sitio enclausurado e encontram a alegria de viver e da própria noção de vida que os dois detém...

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