Sunday, May 20, 2007

Olhos esbranquiçados

No meio de uma formação contínua e ascendente; os olhos vão sendo somente pequenos atributos meritórios de chamas em ebulição.
O prazer hediondo e nefasto de corpos etéreos vai sendo continuadamente diluído num sem fim de ideias latentes e subjacentes.
A mesa está vazia num qualquer fundo e mundo meritório; encontra-se novamente plena nos seus interiores ópticos, a atenção desmembrada vai-se tornando num objecto transitório.
O burburinho é constante; a forma intermitente de desleixo cognitivo vai-se apresentando fugaz e ocular.
Os comprimidos são somente uma forma de fugir para outro hemisfério; a textura labial é formada por identidades e entidades discretas.
A tinta vai percorrendo todo o seu caminho interminável de formas constantes.
Os olhos vão absorvendo o tom esbranquiçado em contextos latentes; alguém vai falando francês com uma convicção por demais evidente.
A música vai sendo estilhaçada para toda uma eternidade; os ouvidos vão servindo de percursor para um conjunto alheado de elementos em frenesim.
O sol e a chuva vão fazendo a sua aparição fugaz e intermitente, continuam a escutar-se as batidas coerentes e consequentes de guitarras em ebulição e uma flauta a ser demovida do seu propósito inédito.
A serenidade é uma consequência de estratégias a despontar num antro cheio de mistérios; o som abafado vai-se tornando cada vez mais silencioso e verossímil entre a flauta que segue o seu caminho triunfal e nefasto, poderiamos deambular num qualquer esquema de autocarros em marcha.
O expoente máximo de mentes dilaceradas vai continuando o seu propósito residual de fumo pouco concreto e demasiadamente intermitente.
A liberdade continua a ser o expoente máximo de encruzilhadas a serem recortadas e favorecidas; várias faces vão sendo descobertas num marulhar de sensações que vão seguindo o seu trajecto idílico, o jogo poderia começar sem os seus principais intervenientes.
Os bolos vão sendo discretamente polvilhados com farinha e ovos; os transístores vão sendo devidamente infrigidos numa margem fluvial.
O Tamisa serve de ponte introspectiva ao constante desvario que vai sendo linearmente envolto num anexo desprovido de causas e consequências; através das suas ruas amplas e escorregadias, os pretextos insondáveis vão sendo devidamente atados.
Um homem de camisola encarnada vai fazendo a sua entrada triunfal; de repente, vai ecoando uma aura espiritual no ar que vai circundando todos os deveres patrióticos, ao escutar atentamente todas as fragrâncias que vão sendo respiradas e acaraciadas, a mistura de ideias e consequente fusão de corpo e alma, vai sendo o mote para um sorriso jovial e espiritual.
Os dedos vão pousando no piano como se de pequenas carícias se tratassem, todo o envolvimento estrutural é um constante prazer visual e ao mesmo tempo, quase hipnótico.
Entramos no carrossel da vida; sem um grito a ser transcrito, a descrição é bem mais que uma nuance estelar, mais um trago a ser consumido devagar, devagarinho, a suavidade é sempre um constante labor arrendado e aveludado.
Um velho vai-se manifestando para com os alicerces da humanidade.
Um homem de raça negra, vai dialogando constantemente ao telefone.
Os enigmas vão sendo rarefeitos de trajectos insondáveis; as noticias que vão aparecendo nos Media fazem-nos transitar para outros mundos.
O ritmo começa a entrar de uma forma constante e variável; mais uma vez as guitarras vão entrando de crescendo em crescendo, sem qualquer desvio estrutural.
As curiosas sapatilhas vão servindo o seu trajecto peculiar e introspectivo, o carvão está em marcha contínua, de repente, escutam-se músicas a serem literalmente entoadas numa qualquer descarga psicológica, mais uma vez vão-se escutando ondas em perfeita transição desviante, surgem-nos as palavras em perfeito estado bruto:
- Anda lá; MORRE JOVEM.
Os seus diminutivos vão servindo um qualquer propósito insondável; a transição de um cigarro vai sendo passada entre dedos exigentes, as raparigas vão entoando pequenos cânticos amorfos e desenvoltos.
O trabalho seco é por demais evidente; o silêncio impera num gelo absolutamente glacial.
O desmoronar de um tijolo é um constante rodopio de palavras incessantes e gritos estridentes, a pausa manifesta-se enclausurada nos instrumentos variados:
- Mãos á volta do pescoço?
O divino marquês vai sendo um artíficio deslumbrante quando o tom torna-se puro.
A idade é somente é somente um conceito a ser libertado; todavia a persistência da frase, torna-se um cadeado que vai sendo devidamente formado, dão-se informações inócuas de trajectos a serem percorridos.
Os olhos permanecem esbugalhados e imperceptiveis, toda a permissividade oculta é desfeita em pequenos fios de ligação, toda uma desenvoltura sintomática vai-se tornando perceptível nesses olhos que permanecem afoitos no vento, como se de pequenas pétalas se tratassem.
Uma luta olho a olho vai sendo descortinada, num assombro multicultural; poderíamos ir de encontro ao céu, mas não podemos fazer a devida homenagem a Ícaro.
As velhas vozes são demasiado frequentes para se tornarem esféricas; perder a mente é um futuro aparentemente estéril, as consequências são demasiado puras para poder determinar a frieza do acto em si, calças vermelhas são um projector de combinação ilusória, a semelhança de um simples objecto é demasiado verdadeira para poder testemunhar as ocorrências diárias, todas as diversas incidências são um qualquer tranformismo incipiente, os sorrissos vão denotando o bem estar apalavrado e consequentemente manipulado:
- Quais as visões ensaístas que produzem ideias coerentes e que são ao mesmo tempo multiplicadoras de conceitos vagos e estruturais?
- Pois; o ponto de partida foi o mesmo.
A procura da juventude é deveras evidente quando esta nos persegue nos seus olhos chagados.
O tom esbranquiçado vai sendo pautado de uma forma descontinuada; fugazes lampejos vão-nos remetendo para as pontes perceptivas, poderiamos tentar abrir as cortinas para poder apagar todas as exigências que estão envolvidas em actos despovoados de um qualquer nexo ilusório.
Os olhos continuam numa observação intermitente; o entendimento nunca pode ser assumido como um dado concreto ou obsoleto, perante montanhas gigantescas, o homem vai fazendo a sua minuciosa observação de elementos a serem transpostos para uma cavidade memorial, as pálpebras vão-se unindo, as pestanas vão-se mantendo demasiado abertas, as sobrancelhas estão demasiado juntas para se tornarem num permanente vácuo de emoções e sensações.
A tampa vai sendo demasiado flexível e no entanto, vai-se agigantando num contexto aparente e desconexo.

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