Tuesday, January 15, 2008

Meros balões

E planando numa asa delta, á procura de um horizonte perdido.
Montes de balões aparecem numa atmosfera éterea.
As pessoas ficam indagadas e atónitas a olharem para o raio dos balões, contam-se por uma meia dúzia.
Vamos começar a descreve-las:
1ª pessoa : Um cacto
2ª pessoa : Um oceano
3ª pessoa : Uma pedra
4ª pessoa : Um guardanapo
5ª pessoa : Uma folha
6ª pessoa : Um copo com água
Cacto: olha para os balões em circulos aparentemente fechados, onde é que eles nos querem levar? Eu não preciso de água, mas assusta-me o facto de terem medo de serem destruidos por mim e eu estou aqui somente estático.
Oceano: Será que eu os vou receber nos meus braços e levá-los para paragens distantes, no meio do sal que transporto?
Pedra: Eu ando aqui há montes de anos e ainda não descortinei a função daqueles balões de todas as cores; será que o meu desejo é ser um balão também?
Guardanapo : Eu saboreio o prazer em observá-los somente e no final, tento limpar tudo, mas gostaria de ter outra função, será que consigo adornar-me e transformar-me num balão?
Folha: Eu vivo no limbo, numa árvore que me está constantemente a renovar, voo, mas caio muitas vezes e depois sou tragada para o lixo. ADORARIA ser UM balão LARANJA.
Copo com água: Eu estou cheio de água e nem me consigo mover e ainda dizem que a água é um bem essencial.. bahhh. Eu só quero é planar como aquele balão encarnado que vejo a dirigir-se para um planalto.
E os balões entram em zig zag e em disputas nada inconsequentes, sabem perfeitamente, quer o seu destino, quer o seu poiso, mas a sua forma etérea, acaba por levá-los para todo o lado num constante vai e vem universal. E de repente, todos os balões gritam em uníssono:
- QUEREMOS SER MAIS QUE ALGO, QUEREMOS SER ALGUÉM.

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