Saturday, January 19, 2008

Uma caixa


Numa caixa cheia de luz, vários elementos aparecem de repente, a descrição nunca foi aleatória:
guardanapos, bule de chá e canela misturada com farinha.
- Acordo de manhã e tenho uma função vai exclamando a água que ferve na preparação de um chá.
Imiscuido do seu pacote de tilia, a erva é transportada para a água a ferver.
As chavenas no seu enfãse triunfal, vão dialoguando entre si: 1ª chávena: Preciso do meu cházinho com aquelas ervas aromáticas que me fazem sentir tão bem.
2ª chávena: Eu também não me importava nada de beber um pouco dessa água fervilhada.
3ª chávena: Eu quero que a água seja a minha essência para andar bem mais calma.
No meio disto tudo, aparecem 3 bolinhos de canela, que também vão dialoguando entre si:
1º Bolinho: Eu sou farinha com canela, mas sou mais do que isso, o meu paladar é absoluto..
2º Bolinho: Eu lembro-me de ter sido confeccionado com o intuito de agradar aos paladares mais requintados.
3º Bolinho: Eu adoro dar prazer a quem o merece e ser tragado com minúcia e trago sempre no meu interior, uma missiva como aqueles bolos importados da china que traziam os seus haikus..
No intervalo disto tudo; a exclamação é enorme:
- Mas o que se passa com o bule, as chávenas ou os bolinhos?
Vai indagando uma criança enquanto vê os preparativos a serem feitos.
E no crepusculo ou num rapido adormecer na raíz das coisas que não se sentem, mas vibram, a mesma criança vai pensando no que é, no que foi e no que vai ser. O circulo começa em qualquer lado, as chávenas são aleatórias, os bolinhos também e o bule idem.. mas eles vibram e gritam:
- Eu quero DANÇAR e transmutar a minha essência para algo concreto e não precisei da ajuda de uma FACA, pois não?

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