Monday, February 26, 2007

Emaranhados

Numa circunferência absoluta e através de cores imaginárias persistentes nas memórias que vão sendo entrecruzadas; os sons vão-se tornando cada vez mais difusos e menos visuais.
A textura é bastante agradável, pois as semelhanças com o inócuo nunca são desprovidas de formas e veículos despropositados.
O papel encontra-se num estado virgem e imaculado, as suas formas incandescentes levam-me a que cada vez fique mais perto.
Os movimentos graciosos de raparigas que se querem transformar em objectos a serem consumidos; os seus seios opulentos e fartos, escondem-se debaixo das suas camisolas e casacos devidamente abotoados e alinhados; numa qualquer estória crepaxiana ou de Masoch; poderiamos imaginar pequenos espartilhos a consumirem o seu estatuto feroz e demasiadamente febril. Imaginamos que por debaixo de todas aquelas roupas que permanecem escondidas num armário desprovido de verdade; os seus botões infindáveis e com um pendor demasiado hostil para efeitos visuais.
O armário está repleto de utensilios sem interesse aparente; escutam-se guitarradas a serem entoadas até ao infinito.
É excelente a partida desconexa; duas mulheres vão-se acariciando mutuamente e perdem toda a sua estrutura enquanto corpo, demasiados comprimidos para uma cabeça formal, desprovida de pigmentação.
Uma é alta e cheinha, apresenta-se dotada de formas visuais invejáveis, seios existentes num guardanapo; os seus mamilos estão endurecidos devido ás condições mutáveis que um beijo produz; são médios, dão para encher a mão da outra rapariga que é muito mais sofisticada, as suas calcinhas estão em constante desvario.
O corpo de uma torna-se no corpo de outra. Os lábios de ambas vão-se tornando cada vez mais doces; as suas linguas vão sendo iluminadas, pois no quarto onde estão, uma está em cima da outra. Elas vão-se enroscando na procura de um botão que é essencial para andarem mais calmas; os seus soutiens são parte de um contexto qualquer que já não existe neste tempo. Muitas das vezes, através de chamas veiculadas, vão-nos interrogando do propósito da escrita,
Será que existe um objectivo preciso e concreto?!
São somente palavras articuladas num qualquer puzzle desviado?!
É estritamente necessário um absolutismo déspota?!
O veneno não tem medo de ser letal ou mortífero.
Um artefacto qualquer não tem de ser um acessório somente.
As pessoas não servem qualquer propósito desigual.
Os auriculares são sinónimo de desejo, mesmo quando falamos do principe das trevas ou qualquer coisa com a sua semelhança.
Os sons vão sendo cruzados e esbatidos na sua pureza; os olhares são mesmo um constante desvario assimétrico, as parábolas são mesmo uma chaga a ser chicoteada em demasia.
O fumo nunca será seguido de uma forma literal ou navegante. A fome é só um decrépito constante numa absorvência dissimulada.
Gostaria imenso de terminar a estórinha, mas sinto-me mesmo cansado.......
Dou por terminada a narrativa...

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