Thursday, February 15, 2007

A mui nobre e invicta







Na ânsia de encontrar um risco, as rugas vâo aparecendo e desaparedendo.
No exôdo das mais variadiassimas correntes elitistas, vemos sombras a abraçar sombras.
A noção de tempo é intercalada pela noção de espaço.
A chuva vai-se multiplicando e desmultiplicando numa caverna opaca e ilusória.
O corpo transita e emana energia e energia.
Num mediatismo absoluto; o sol abrazador vai sendo testado em tulipas que se vão abrindo.
Não saberei o que faço ou mesmo quem sou.
Observo pontes, percorro mentes e deambulo pelas estradas.
Palavras conjugadas por letras num grito mudo e inerte.
A cidade é um onjecto concreto; o seu pavimento é feito de vivências, os seus pensamentos são peculiares, a cidade vive e fala:
- Quem sou eu?!
- Tantas vozes dentro de mim.
- Tantos braços e tantos beijos por mim passados.
- Tantos encontros e desencontros.
- Tantas lágrimas vertidas no meu pavimento.
- Tantas árvores deslocadas.
- Tanta vida a esvair-se.
- Continuo aqui com as minhas pontes e novas pessoas num processo contínuo de reclicagem.
- Todos estes edificios abraçam-me.
- Toda esta essência envolve-me.
- Sou meramente um ponto num mapa; uma cidade casual, a minha idade é desconhecida.
- Nas minhas artérias, a vida pula num frenesim constante.
- Serei uma cidade ou um posto?!
- Serei um ponto ou um Porto?!
- Povoada; despovoada, pessoas que passam e passam num ambiente febril de intenso trâfego andante.
- Por vezes; escuto sons, são-me murmuradas palavras, mesmo sem eu possuir ouvidos.
- Os meus braços estendidos; abraçam o rio e a areia, indo mesmo por casualidade parar ao mar e por consequência ao oceano.
- Sou um nome.
- Sou um ponto.
- Sou mãe, pai, avô, avó e filho.
- Sou uma alegoria dentro da mente humana.
- Sou um repasto suculento por quem por mim passa.
- Os olhos vão-me observando até ás entranhas.
- Texturas vão sendo completamente trituradas pelas pessoas que se atravessam nos meus caminhos.
- Sou objecto de amor.
- Sou objecto de ódio.
- Sou a objectiva de uma camara fotográfica.
- Sou um sonho abstracto.
- Sou a realidade concreta.
- Vivo, sobrevivo e morro todos os dias.
- Sou um palco de cenários.
- Sou matéria para livros, discos e filmes.
- Sou uma voz entoada por um povo.
- Sou um filtro que tarda a acabar.
- Sou a alegria de uns e a tristeza de outros.
- Sou um grito prolongado.
- Sou uma voz muda.
- Faço parte de um conjunto de seres; daí o meu nome.
- Torres, pontes, catedrais. Tudo isto foi aqui edificado.
- Sou a fama e a glória.
- Sou o aglomerado de pessoas numa só.
- Sou essência de um país.
- Sou um mero papel inócuo.
- Sou transitória.
- Sou vaidosa e suja ao mesmo tempo.
- Sou um cinzeiro.
- Faço parte do lixo.
- Sou um mero copo com água.
- Sou alguém que te vê todos os dias; a rir, chorar e a sorrir.
- Tenho nome; procuro identidade.
- Não sou um número.
- Sou uma vassoura intermitente.
- Sou um lápis.
- Sou uma borracha.
- Sou a tua cidade.




As baterias vão sendo uma constante revolta no interior do meu corpo.
O desmoronar de sonhos é o culminar da realidade.
Passando concretamente de margem em margem; o rio é fisico, a ponte uma estrutura.
DOURO ou de OURO?!
Ele tenta falar comigo; eu absorvo a sua alma.
Ele vibra com os meus passos, por vezes fica sujo, outras é límpido e claro como cristal.
Ele tenta falar comigo e eu procuro entende-lo.
O seu discurso é expansivo:
- Nasceste por mim.
- És o meu rebento.
- És uma casualidade inesperada.
- És algo fisico, mas ao mesmo tempo demasiado espiritual.
- Chamo-me DOURO e percorro montes e vales até uma terra que amas.
- Sou um constante atrito.
- Tento ser o teu grito; quando estás mudo.
- Sou mais um dos teus sonhos.
- Sou um mero rio.
- Não pertenço a elites.
- Adoro quando as crianças se lançam para a minha água.
- Observo as casas pequenas, mas com uma intensidade no seu interior.
- Já deambulei por elas.
- Já vasculhei os seus segredos.
- Conheço a minha gente.
- Fazem-me mal e bem; a dualidade de critérios fica á minha responsabilidade.
- Habito um Porto, por mim passam barcos, passam mentes, passam automóveis.
- O constraste não é ilusório entre o que fui; sou e serei.
- Tenho nome; mas não tenho identidade.
- Não sou um número e muito menos uma curva.
- Por vezes na concretização fiável de um piscar de olhos luminoso, mantenho-me na minha margem irregular e tempestuosa.
- Navego em diários circunscritos.
- Vejo e revejo-me com uma aura de algo que tento possuir.
- Sou tinta esvaida num qualquer boião que vai-se estilhaçando.
- As minhas mãos; por vezes sentem-se cansadas, mas o meu abraço é eterno e nunca doloroso.
- Já passaram demasiados anos pelas minhas águas.
- Já cairam pontes sobre mim.
- Já choveram torrentes no meu interior.
- Já despertei esta cidade.
- Sou constantemente um mero rio por onde passam luzes e música.
- Provavelmente; sei quem fui, quem sou e quem irei vir a ser,
- Não tento pensar; AJO.
Na ponta fina de uma esferográfica; tento detalhar o mais lucidamente possivel o que vou sentindo concretantemente.
Por vezes; num rocambolesco cenário; encontro uma pomba que me vai observando, absorvendo e falando comigo:
- Trago-te a essência da tua cidade na minha garganta.
- Ofereço-te as minhas asas já de si molhadas pelo teu rio.
- Voo pelo interior dos edificios desta maravilhosa cidade.
- Sinto-me abstraida do que se passa no meu voo fugaz.
- Não entendo a tua linguagem.
- O meu modo de comunicar e pensar é universal.
- Penso que não sou um conceito.
- Sou uma voz interior ímbuida da personalidade de uma cidade e de um rio.
- Absorvo através da passagem fugaz pela cidade o seu fumo.
- Com os pequenos movimentos das minhas asas; sinto-me envolvida em querelas e disputas inconsequentes.
- Trago no meu olhar, o sabor imenso e imerso da chuva e do sol.
- Percorro o teu interior.
- Tento ser absorvida na tua essência.
- A cidade é um marasmo de ideias sem consequência.
- Trago na garganta o sabor adoçicado da manhã.
- Escuto zumbidos incessantes.
- Tento evadir-me da tua sombra.
- Sou um vulto que pernoita nos teus telhados.
- Sou um mero mensageiro na escuridão luminosa.
A cidade é um posto; escuto italiano, escuto inglês, sinto-me perdido em babel.
A cidade continua a transportar-nos para dimensões ocultas.
Embrenhados nas suas pedras rupestres; as casinhas vão comunicando com as outras nas suas ruas estreitas:
- Tento recolher-me em Avalon.
- Tento percorrer aquele que me construiu.
- Sou a génese da natureza.
- Tento obter resposta ás minhas preces.
- Milhares de anos amistosos; colocaram-nos nesta simbiose de pedra Dantesca.
- A amizade tem os seus dissabores.
- As minhas janelas gritam pelo fogo.
- Ouço as carruagens vazias em Contumil.
- Passeio e deambulo através dos olhares que me irão recordar eternamente.
- Estamos atolhadas em sal.
- Fomos pilhadas.
- Fomos destruidas.
- Encontramo-nos intactas.
- Extraimos as palavras necessárias aos actos desenfreados.
- Nas entranhas da cidade; escutamos um povo, uma voz e ruidos afagados.
- Somos mais do que uma vela acesa.
- Passaram muitas individualidades por nós, mas retemos as que queremos.
- Esmagadas; desequilibradas, endiabradas.
- Somos pedras que pensam.
- Temos vegetação; mas não temos vida.
- Somos povoadas, somos despovoadas.
- Limpam-nos a face com um pano.
- Pintam-nos novamente com cores desmesuradas de arco-íris triunfantes.
- O digital capta-nos.
- As pinturas na nossa face não nos dão identidade, descaracterizam-nos.
- Somos palavras lançadas ao vento.
- Somos a pedra com a qual David atingiu Golias.
- Por vezes; a interrogação e os constantes devaneios dão-nos o sumo que queremos extrair.
- Redigiram-nos com um aspecto ao qual; denominaram Gótico e ficamos coladas a esse conceito.
Olho para a hora, os mosquitos zumbem, talvez Deleuze tivesse razão.
Procuro o sensato no sentido lacto da palavra.
Observo o universo e a via láctea sem sequer olhar para lá.
Pertenço à cidade, sou mais ponto dentro de um ponto ou uma virgula no interior de uma interrogação.
Desloco frases, solto fumo inconsequente.
O meu nome é um número.
As personagens não existem quando definimos uma cidade.
Estou cansado; mas a cidade vai-me acariciando os cabelos e a face.
- O sentimento de posse é onírico.
- Em que pensas tu, pobre diabo?!
Esbelta e tranquila no seu mar enevoado e estrelado.
A sensação não oculta a emoção.
Botas gastas corroidas pelo tempo, meias com uma constante inércia vão-nos absorvendo.
A mente vai-se dispersando, o sabor das oliveiras não existe.
Eiffel soube o que fez ao separar duas cidades.
Nazoni edificou um templo e no entanto, tudo continua na mesma como quando tinha 15 anos e pulava de frenesim a saber que viria para o teu centro.
Conheço a fome; conheço a miséria, conheço tempestades tumultuosas.
Vagueio por aqui e ali com a ajuda de uma pequena caixa alaranjada.
ALMA VIVA, sonhos de crianças envelhecidas.
; igreja desprezada e abandonada.
CORDOARIA desertificada
SANTA CATARINA oculta.
Mistérios e mistérios por decifrar.
Estou só, mas não me sinto sozinho.
AMO-TE.
ADORO-TE.
Mas; apesar de tudo sei quem és.
Olhos vitreos corroem-me as entranhas.
A opacidade sempre foi o meu fraco.
- Porque é que me sinto cansada?!
Balbucia a fonte.
Escuto a alma da cidade; espreito em vão uma janela encoberta pela bruma.
- Serei um pássaro?!
- Serei várias pontes?!
- Serei um rio?!
A cidade interroga-se e grita no silêncio da noite.
Sinto-me como o Constantine, a perseguir demônios e acabar com eles na cabeça.
Por vezes, as entranhas da cidade chamam-me, não me acredito em consequências.
Diagnosticaram-me essa alcunha, essa comparação e vou assimilhando-a através da magia da personagem sempre solitário a desaparecer e a desaparecer na minha cidade.
Não demonstro actos de magia, mas as semelhanças são quase inequivocas, aqueles de que mais gosto e gostei vão desaparecendo como se fossem uns verdadeiros fantasmas que por vezes me apontam o dedo e culpabilizam-me por actos por mim efectuados que eu próprio desconheço.
Percorro a calçada da minha cidade com o passo curto ( por vezes ) e com um aligeirado (demasiadas vezes) .
Esta carcaça vai percorrendo mentes, ruas, esquinas e avenidas.
Não me sinto doente, sinto-me liberto quase de uma forma éterea.
Observo árvores a gemerem, escuto o olhar dos gatos que por aqui passam e tento absorver a essência dos cães que abundam na minha cidade, através do meu olfacto.
Fotografias, imagens de guerra despoletadas em pequenas molduras e em dispositivos.
Caixinhas de fósforo, manipuladas através de um simples artefacto.
- Será MAGIA?!
Interrogo-me para mim mesmo.
Chávenas de café vão circulando do exterior para o interior.
Cigarros vão sendo manietados constantemente sem sequer serem uma alegoria.
Escuto as canções das crianças povoadas de realismo.
As metáforas são óbvias para a conjectura actual.
Conversas vão sendo despoletadas e vou compreendendo com exactidão, o porquê de uma geração.
As folhas gritam de angústia ao serem espalmadas como se de um acto intrínseco se tratasse.
Elas vão-se intrigando com estas atitudes:
- Somos percorridas.
- Somos derrubadas.
- Somos acariciadas e transportadas pelo vento.
- Somos alguém que te entende e acaricia quando mais precisas de nós.
- Será o outono um equinócio?!
Vão-se interrogando de uma forma verdadeiramente compulsiva.
Os relógios estão por toda a parte.
O olho vai vislumbrando o que a cidade é.
Tenta aperceber-se dos bonecos que saem das antigas galerias PALLADIUM e tenta-os reconhecer, mas é somente um olho impresso em papel.
No entanto e apesar das inúmeras mensagens de amor escrevinhadas nos muros, ele tenta materializar a sua existência, pois não acredita de todo que é um simples pedaço de papel:
- Sei quem és.
- Reconheço os teus habitantes.
- Observo com acutilância os detalhes pormenorizados da tua arquitectura.
- Detecto as crianças que por ti passam e passaram.
- Sou aquele que te vê.
- Não sou um grande irmão.
- Não sou castrador de ideias.
- Tento narrar-te somente através do meu olhar, daquilo que vejo.
Oceanos gasosos percorrem com exactidão a minha mente, gostaria de estar ou ser lá.
Montes, vales, areia mística, tempo parado e obsoleto.
Pastilhas para o enjoo.
Músicas a serem devidamente escalpelizadas.
Cinza a cinza não é um conceito, é a realidade.
Através de tempestades; chuvas, actos maníacos e doentios, sempre te abracei com o mesmo afecto.
A tua origem é a minha essência.
Foste povoada por gentes de Viriato.
Foste avassalada por Visigodos, cartagineses, romanos, gregos, celtas, mouros e quase todos os povos te formaram sem te darem uma essência concreta.
- Será que foi daqui que te edificaram?!
Continua a minha interrogação absorta e liberta.
As muralhas petrificadas continuam no seu lugar priveligiado a abraçar o rio de OURO.
Na serra do pilar, já na outra margem, observam-se os prévios destacamentos insondáveis de tentativas anteriores de invasão.
CHORAM AS ALMAS DA PONTE PÊNSIL POR TI: INVICTA.
Gaivotas voam sem cessar no teu interior.
Os pardais limitam-se à sua pequenez e aparecem de quando em vez.
As pombas são uma constante na tua inércia atribulada.
O Almeida junto á Câmara sorri para vós; aquelas estátuas que te portam sobre os ombros não se cansam, o edificio é leve como uma pena.
Anjos habitam-te na Avenida dos Aliados e na Praça da Liberdade, um mero deambulador pode observar isso correctamente.
Leões em SANTA CATARINA dão-te uma identidade.
Na rotunda da Boavista, um só leão vai esmagando a águia, dando-nos a ideia precisa de quem te sonhou e materializou.
És somente uma cidade?!
Recordo-te novamente da Praça dos Leões junto à CORDOARIA, onde nas imediações, os estudantes deveriam saber mais das tuas origens.
Os mercados que por ti pulavam de frenesim estão ao abandono, servindo-te somente como um mero adorno visual.
BOM SUCESSO.
BOLHÃO.
FERREIRA BORGES.
.
Tristemente sós mas felizes por te pertencerem.
As transacções nestes; trocas de produtos e de ideias, conversas alheias, eram uma constante.
No entanto, apesar da fuga massiva para outros centros exteriores e deslocados, deixaram-te ainda com pontos de encontro, os denominados cafés:
ARCÁDIA
REI DOS QUEIJOS
GARÇA REAL
MAJESTIC (demasiado elitista)
ATENEU (demasiado cultural)
CEUTA
AVIZ
O PIOLHO
Lembro-me com exactidão de todos estes cafés povoados de almas no teu interior.
A feira de vandoma, vai lutando até á exaustão pela sua sobrevivência; desde o seu começo na (junto ao arco de vandoma), o encontro nas fontainhas, o desencontro na cordoaria e o reencontro novamente nas fontainhas para mais uma vez adornarem visualmente a beleza que o teu rio emana e as casas que se encontram em ti.
As almas que se vão deslocando a este determinado mercado vão sendo sempre as mesmas, umas mais envelhecidas e enrugadas pelo romantismo de que se impregnou esta feira sem vaidades.
- Lembro-me e visualizo a vossa face durante estes anos.
Vai murmurando a cidade...
Contínuo e linear são os teus traços gerais onde não se vislumbram coincidências oníricas.
- Mais uma chama acesa.
- Mais um horóscopo decifrado.
- Mais um burburinho de asas.
- Mais um som envolvente.
- Um pouco de magia, no recanto da raposa.
- O Deus verde da floresta comigo.
Tudo isto será percorrido na mente do tal mágico ou adivinho o qual ia narrando, umas linhas atrás.
Avisos; sinais, fontes de incoerência.
Matérias para serem dissolvidas e rarefeitas.
- Sou um mero guardanapo encostado num mapa.
Vai-me repetindo incessantemente a cidade.
Minutos vão sendo passados a fio sem qualquer interlúdio.
Ar, terra, fogo, água, fumo incandescente penetra o olhar despreocupado de mais uma alma que vai vampirizando a tua essência.
- ÉS UMA CIDADE CONVULSIVA, NÃO ESTÁS DOENTE....
Vou-lhe gritando ardentemente e repetidamente de CRESCENDO em CRESCENDO.
Alguém traga um cigarro meticulosamente, pausadamente com uma suavidade anormal, notam-se quase lágrimas no seu rosto.
Mais um círculo aparentemente desfeito, vou indagando para mim próprio.
O papel continua no seu grito paulatinado.
Uma aglutinação de ideias, vai sendo transcrita sem o seu êxodo aparente ou superficial.
Chamadas telefónicas, ventos agrestes, tumultos em cadeia.
Palavras soltas ao vento ou em círculos crepusculares.
As notas inocentes vão sendo um sinal cognitivo de uma transposição letal.
Tento conter a minha ânsia de transformar s tuas artérias, rejubilo com a sensação que vivo em TI.
Imagino a grandiosidade das palmas que te vão sendo oferecidas; repastos de um tal ÉMILE COHL vêm-me constantemente á cabeça.
Absorvo a essência de MÉLIES na transposição aparente de mais uma cidadezinha a orbitar eternamente com os seus pseudo-loucos a gritarem-me constantemente.
Nas minhas calças sujas; nas minhas mãos magras, tento espelhar-te sem sequer me tentar identificar.
Não possuo memória de elefante, mas percorro a tradição matinal de reflexão coerente e devastada.
Uma rapariga vai percorrendo mesa a mesa, denotando fragilidade nas suas emoções e sensações.
O estado de espirito é semelhante ao estado de alma.
- Talvez hoje não será um dia favorável.
Vai suspirando a cidade para os poros do corpo da rapariga.
- Um DONUTS com chocolate fabuloso.
Vou pensando para mim mesmo.
A atitude pouco reflectiva e nada ilusória vai-me presenteando com o quotidiano.
A fauna é o acto reflectido na incessante procura da flora.
- PARA QUÊ VOU ESCREVENDO?!
- SOBRE QUÊ?!
- PARA QUEM?!
Continua o burburinho de vários objectos a triturar a minha mente.
Sonhos povoados e despovoados, desmistificados num qualquer sotão transcendente.
O meu beijo interior continua no seu aperto melancólico a um simples cigarro.
A espera continua, a assembleia de Deuses é-nos ditada de uma forma pagã.
Assustadas, as divindades confundem-se, o correcto é o incorrecto, o simples vai-se transformando num abstracto.
O triângulo invertido vai fazendo parte dos meus pensamentos.
Sentindo o burburinho interminável de palavras ofuscadas não vou entendendo a tua génese.
És uma cidade viril na majestosa RIBEIRA, o desencontro é letal e o assombro por demais evidente.
Teatros pontificados; mergulhados em decadência vão dando a imagem transitória da tua essência.
SÁ DA BANDEIRA remetendo-nos para a popular revista e o pêndulo HARDCORE.
SÃO JOÃO dignificado aos impropérios de uma burguesia casta de ideias e que vai sendo concretamente aniquilada e devastada.
RIVOLI em transmutação constante com espectáculos para mais umas quantas élites.
CARLOS ALBERTO (regente de Savóia) vai permanecendo quieto e amorfo sem nos darmos conta disso.
Música desenvolvida em artérias desconhecidas.
- Quero ver o mundo através do teu olhar e dos teus olhos.
- Quero oferecer-me ás tuas lágrimas mistificadas.
- Planeio um ataque frontal à tua fenomenal RIBEIRA desertificada.
Bares que vão permanecendo iguais e sempre com as mesmas gentes.
OS SEUS SIGNIFICADOS NÃO SÂO UM DÉBITO; SÃO UM CRÉDITO.

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