Friday, February 16, 2007

Texturas incolores

O toque torna-se nefasto com o rigor do frio e a ondulação maquiavélica da temperatura disforme. O casaco vai-se tornando incolor, embriagado com o suor de um corpo em combustão. A cabeça vai latejando fielmente; a sua incoerência vai-se tornando literalmente atroz. Percorrem-se exaustivamente as texturas pertubadas de semelhanças cruzadas e opacas.
O seu cabelo torna-se disforme com o tilintar dos dedos; observam-se rotinas diárias a serem desfeitas sem um prazer desviado e carcomido.
Os olhos vão-se tornando embaciados com o tempo agreste e inusitado; a doença febril vai sendo automaticamente descartada.
As mãos tremem com o suor que se vai solidificando na matéria.
O tempo urge e a acutilância suprema da razão faz com que percamos as nossas faculdades desviantes.
A ilusão é totalmente rarefeita de impulsos primordiais; onde o trajecto da ilusão vai imperando imponentemente.
Uma qualquer agenda vai sendo preenchida em vão numa pesquisa saturada de grão em grão escorregadio.
Cabelos brancos vão moldando cabeças que nos penetram até á exaustão; as cartas olfactivas vão sendo continuadamente fustigadas num relampejo de palavras escritas e sobrecarregadas.
A mente vai entrando num estado exaustivo de ânsia em percussão anormal.
- Qual a capacidade inexistente de desejo?!
Alguém se interroga.
Vai brilhando de uma forma tranquila e pausada, a gigantesca membrana exterior.
Tudo em constante convulsão, os dedos vão girando num sem-fim de aglomerados concentrados.
O casaco continua a ser o mesmo, todavia e devido ao extâse laboral da espécie, vai-se transmutando um grito primordial de existência, observam-se as ruínas de um corpo que desapareceu.
A página vai sendo virada e arremassada para o interior de uma garrafa sem rótulo, mais uma vez, o suor e a transpiração vai fazendo vitimas num qualquer terreno alheio.
Vai-se comendo uma sandezita e bebendo uma cerveja geladinha enquanto se espera por um cigarro transparente. A cor azul vai perdendo toda a sua textura.
O porto torna-se num num objecto fotográfico de memórias; o saco jaz na sua inércia titumbeante com uma serpente lá enclausurada.
A tinta vai sendo espremida e bescorrida; no entanto e apesar da sua envoltura decadente, a inércia vai fazendo mossa na multidão extasiada.
As letras permanecem escondidas numa superficie devastada, as flores surgem, urgem e rugem sem um contexto permanente; mais frases a ecoar na minha mente em convulsão, estas vão sendo aglutinadas num cessar de chumbo entreaberto.
O céu vai tornando-se límpido; a criança permanece extravasada, a alegria vai sendo contida até á exaustão.
As dores de cabeça continuam a martelar encéfalos até ao limite.
Os pés vão sendo detalhados de uma forma introspectiva.
Um balão amarelo vai surgindo entre chamas que vão vagueando ad eternum.

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