Monday, February 26, 2007

Infância

Quando se observam de uma forma previamente meticulosa, os sons e passadas de miúdos a atravessar corredores, a fixarem-se numa barra, a observar o mundo dos adultos, a estranha sensação que é extenuante para nós e essencial á condição humana é:
- Quando deixamos de ver o mundo com os nossos olhos de criança, já nada faz sentido, torna-se complicado e obsoleto, pois as memórias de infancia e os nossos próprios olhos tornam-se turvos e desgastados, já não vemos o mundo dessa forma e toda a acutilância da descoberta não passa somente de nada, deve-se observar o mundo sempre com os mesmos olhos para que a descoberta e constante procura, seja um facto e factor deslumbrante.
Com tantos adultos no mundo; sabemos sempre que é a criança que está certa, vidas tempestivas e intempestivas são uma mera hipérbole de um conjunto simbólico de caracteres que se deslocam num naipe formalista, onde as cartas são um mero atributo que não é designado pelas superficies rastejantes de um olhar deslocado, a desfolhear páginas com uma constante carícia/malicia, poderiam falar de choques ideológicos nas entranhas de uma criança que ri e chora tempestiva e convulsivamente.
A forma como vai demonstrando todas as cores á sua mãe são enternecedoras e ternurentas.
A sua infância é deveras exacta, não falha um sonho, não persegue objectivos, vai vendo a vida como ela é, pode ser intempestiva ou coerente, pode utilizar prêambulos memoriais, lembra-se de tudo com as suas consequentes interjeições.
Descrever sonhos infantis; novamente o desfolhar de páginas de interactividade e descreve-las á mãe que vai procurando os designios que vão sendo transmitidos num olhar vitreo e contínuo.
A forma como descrevem os mundos não é aleatória, a sua expressão enquanto come, o seu entendimento circunstancial nunca é somente aparente, mas sim circular, maior do que a vida.
Os seus olhos não irão ser transmutados ou figurados, caminha sobre a neve e respira alegria abundantemente.

1 comment:

Unknown said...

As palavras soltam-se...
O riso ecoa por todos os cantos...
Não há pudor em gritar nem cantar em qualquer lugar.
Os olhos saltitantes que tudo observam e tudo questionam, a vontade de saber é natural.
As perguntas fluem e muitas vezes são os adultos, que não vivem nesse mundo, que se riem delas. "Mas que disparate!"
Disparate é a nossa mansa conivência com este processo contínuo de socialização que nos molda de forma abrupta, pedindo-nos para sermos bem educados, bons trabalhadores, boas mulheres... Não o podemos evitar; ms prefiro o mundo das crianças onde as emoções são expelidas pelo simples facto de respirarem.